50 tons de cinza - critica.



Cinquenta tons de cinza tomou o mundo na sua "nova visão", onde principalmente o publico feminino vem idolatrando este livro, porém os 50 tons de cinza são mais cinza do que realmente aparentam.

Algumas pessoas veem o livro como se fosse a primeira exposição a várias maneiras diferentes em que os seres humanos podem fazer sexo e talvez pensem que é a  "primeira publicação" que cause impacto de alguma forma na visão sexual. O que as pessoas não sabem é que o nome "sadismo" vem do nosso escritor MARQUES DE SADE, e ele sim causou muita polêmica na época que fora publicado.

 "O libertino era um aristocrata que desafiava os valores dos homens e de Deus”, apesar de produzir uma obra extensa, da qual apenas um terço fora publicado, Sade foi um escritor pouco conhecido em sua época. “Ele sabia que o que escrevia não seria vendido na esquina livremente". 

"Sempre foi um autor clandestino”, afirma Eliane Moraes isso durante todo o século 19. Em 1834, uma edição do Dicionário Universal inaugura o termo “sadismo”, com o significado de “aberração horrível do deboche; sistema monstruoso e anti-social que revolta a natureza”. O nome só se torna famoso quando foi usado pelo  psiquiatra alemão Richard Freiherr von Krafft-Ebing, num catálogo de psicopatias sexuais, em 1886.

Marquês de Sade teve suas obras julgadas pelo tribunal francês em 1950, sob alegação de ir contra os bons costumes da época, e afronta a moral. 

Aos poucos Marques caiu no gosto de grandes artistas como Salvador Dali e Anderson Mason que começaram a inspirar-se em suas obras em imagens sádicas e de crueldade. 

Não podemos negar que várias vertentes ainda dizem que a obra de S. Freud possa ser influenciada pelo aspecto sexualizado de Marquês de Sade.

Eu como Psicóloga e esp. sei que a obra de Marquês de Sade é completamente interessante sob óptica de Sadismo para compreensão de  onde a sexualidade humana doente pode chegar, e a obra de 50 tons de cinza na minha visão é uma modinha de segunda classe de Marques de Sade. Sabendo-se que Marquês inspirou o termo de doença sexual classificada, e 50 tons de cinza tem os mesmos parâmetros porém de pouco proveito manipulado para ser vendido e consumido podemos relevar alguns fatos:

O livro "50 tons" traz que mulheres devem ser manipuladas pelo homem de forma grosseira.

Não nenhuma mulher Psicologicamente saudável deve ser manipulada por ninguém. Ela não busca dor e sim por companheirismo e amizade num relacionamento que possa confiar, e não mostrar suas cicatrizes.

Escolhas auto-destrutivas tem que se ver como um apelo de ajuda, não como um mérito de escolha. O livro traz perigosas confusões de julgamentos para muitas pessoas, sobre o que de fato é o amor, e garanto-lhes que amor não é machucar o outro e está muito longe disso.

Para nós profissionais da saúde sabemos que há muita diferença em um relacionamento saudável e um doente, porém a obra consegue bagunçar com essa imagem para pessoas não ligadas a saúde, esperava que o intuito  da obra fosse trazer a sexualidade sem tabu para pessoas comuns como Marques fez no seu tempo, porém obras com conotação sexual sem lembrar os leitores que são personagens fictícios podem ao invés de ajudar, causar ainda mais frustração por saber que humanos comuns não são maquinas sexuais como na ficção de 50 tons de cinza, que no meu ver cinza é a inversão de valores reais e a  morte do amor.

 "Amor é um sentimento de carinho e demonstrações de afeto que se desenvolve entre seres que possuem a capacidade de o demonstrar. "








Saiba mais sobre Marquês de Sade: 

Livros
Sade – Vida e Obra, de Fernando Peixoto, Paz e Terra, 1979
O livro trata de aspectos curiosos da vida de Sade, assim como de sua obra. Peixoto conta de maneira cronológica a vida do marquês, entremeando análises de seus livros mais importantes.
Lições de Sade – Ensaios sobre a Imaginação Libertina, de Eliane Robert Moraes, Iluminuras, 2006
Eliane é uma das únicas especialistas em Sade no Brasil e, neste livro, versa sobre sua filosofia, sua importância para os autores contemporâneos e seu espírito libertino.
120 Dias de Sodoma, de Marquês de Sade, Iluminuras, 2006
Livro fundamental para a compreensão da obra de Sade, considerado sua obra-prima.
Filmes
Contos Proibidos do Marquês de Sade, de Philip Kaufman, 2000
O filme é baseado nos últimos dias de Sade no hospício, quando encena peças com os internos.





Comentários