Analise dos impulsos sado masoquistas a partir dos conceitos de sublimação. (Marques de Sade)


 Analise dos impulsos sado masoquistas a partir dos conceitos de sublimação.

  O termo sadismo deriva do nome Donatien Alphonse François de Sade (Marquês de Sade). O foco parafílico do Sadismo Sexual envolve atos (reais, não simulados) nos quais o indivíduo deriva excitação sexual do sofrimento psicológico ou físico (incluindo humilhação) do parceiro. Alguns indivíduos com esta Parafilia se sentem perturbados por suas fantasias sádicas, que podem ser invocadas durante a atividade sexual mas não são atuadas de outro modo; nesses casos, as fantasias sádicas envolvem, habitualmente, o completo controle sobre a vítima, que se sente aterrorizada ante o ato sádico iminente. ( MILLER, H, 2003)

   Outros atuam segundo seus anseios sádicos com um parceiro que consente em sofrer dor ou humilhação (e que pode ter Masoquismo Sexual). Outros, ainda, colocam em prática seus anseios sexuais sádicos com vítimas que não dão consentimento. Em todos esses casos, o que causa excitação sexual é o sofrimento da vítima. As fantasias ou atos sádicos podem envolver atividades que indicam o domínio do indivíduo. Os indivíduos também podem atar, vendar, dar palmadas, espancar, chicotear, beliscar, bater, queimar, administrar choques elétricos, estuprar, cortar, esfaquear, estrangular, torturar, mutilar ou matar a vítima.

   As fantasias sexuais sádicas tendem a ter estado presentes na infância. A idade de início das atividades sádicas é variável, mas habitualmente ocorre nos primeiros anos da vida adulta. O Sadismo Sexual geralmente é crônico.

   Quando o Sadismo Sexual é praticado com parceiros que não consentem com a prática, a atividade tende a ser repetida até que o indivíduo com Sadismo Sexual seja preso. Alguns indivíduos com Sadismo Sexual podem dedicar-se a atos sádicos por muitos anos, sem necessidade de aumentar o potencial de infligir sérios danos físicos. Geralmente, entretanto, a gravidade dos atos sádicos aumentam com o tempo.

   Quando o Sadismo Sexual é severo, e especialmente quando está associado com Transtorno da Personalidade Antissocial, os indivíduos podem ferir gravemente ou matar suas vítimas.


 Uma analise Psicológica da arte perversa de Marques de Sade:

   Podemos dizer que a obra de Marques de Sade é baseada no estado de que o mesmo é inteiramente Sádico em seus termos porém a sublimação é uma pulsão criativa para que seu estado de castração não é revelado expondo então uma pulsão sexual patológica não existente na realidade, porém existente na criatividade e irreverência de Sade.

   Podemos levantar a hipótese de que Marquês de Sade Sublimava sua vasta pulsão sexual, em suas constantes escritas sob o mundo erótico, a fim de sublimar de forma artística sua impotência sexual, colocando de forma escrupulosa suas escritas firmando-se numa fantasia de que realente era ativo sexualmente, mas podemos deixar aqui o relato de que sua criatividade saudável era altamente produtiva e sublimada.

   A sublimação ajuda ao individuo conseguir fazer com que uma coisa completamente negativa como o luto por exemplo, se torne uma coisa plausível por outros como uma obra pintada em um funeral. Porém, sabemos que a sublimação não é unicamente para a arte como pintura. Há variáveis tipos de sublimações como por exemplo, um cirurgião dentista sublima seu sadismo oral com a profissão, ou mesmo adolescentes altamente agressivos utilizam de uma válvula de escape sublimado o ato de jogar videogames agressivos. Ou mesmo como podemos ver no trabalho que Marques de Sade usou do potencial criativo de escrita para sublimar sua impotência sexual que manteve em segredo até a hora de sua morte, e durante vida titulou-se como o Marquês do sexo, escrevendo sobre extrema perversidade do qual alcançou somente em sua fantasia.

   Vimos também que a falta da potencialidade criativa, quando arrancada do indivíduo de maneira brusca pode causar uma psicotização, pois não há mais uma saída saudável para ele. A sublimação como vimos é vista por Freud como sendo uma satisfação substitutiva que é psiquicamente eficaz, devido ao papel que a imaginação e a fantasia ocupam na vida anímica; ela é um modo específico de organização em torno do vazio, e a obra de arte é uma forma de cingir a Coisa. Na arte, “o objeto é instaurado numa certa relação com a Coisa que é feita simultaneamente pra cingir, para presentificar e para ausentificar. (...) É sempre contra a corrente que a arte tenta operar novamente seu milagre” (LACAN, 1990)

   A obra da sublimação não se limita à obra de arte, pois ela se estende a toda atividade que reproduz essa estrutura, essa reprodução da falta. Os três termos que Freud define para a sublimação são a arte, a religião e a ciência, pois as formas saudáveis são criando um quadro, musica, escritas plausíveis que nos fazem pensar, ou colocando deuses que nos permitem ou não fazermos algo, ou ajudando a ciência se desenvolver fazendo a sublimações de profissões ainda mais difíceis, e buscar trabalhos árduos fazendo com que o mundo veja a mudança sublimada do ser.

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